Graças
a Deus eu nasci mulher, e olha que eu gosto dos rapazes. Bastante. Para
as favas as feministas, nós precisamos dos homens! E não é para abrir
latas de palmito.
Mas eu não gostaria de estar na pele da ala masculina que não foi agraciada pelos deuses africanos.
Esta é a verdadeira pegadinha que a
genética pregou nos caras, o pseudo-pênis. Eu não tenho poderes
mediúnicos, mas tenho absoluta convicção de que quando um cara que não
foi beneficiado pelas divindades afrodescendentes sai do banho, vem
junto com as gotas d’água escorrendo pelo corpo a ojeriza de enfrentar o
espelho, principalmente no inverno. É quando seus cromossomos XY
mergulham num abismo de desgosto.
Você pode ter um chassi de Malvino
Salvador e a habilidade de usar os dedos equiparada a caras do cacife de
Beethoven e Chopin, assim como as estratégias acrobáticas de mexer a
língua como Genne Simmons. É, com boa vontade, até consegue fazer uma
mulher feliz na cama. Mas na hora da penetração, sempre vai faltar
alguma coisa. Todas nós precisamos de um “preenchimento no interior da
alma”. Desculpe a sinceridade, desculpe a crueldade, mas a verdade é
esta. E, se esta for sua assombração, meu caro, aprenda a conviver com
fantasmas. E aprenda que, no seu caso, dedicação manual e bucal é tudo
para reverter a falta de centímetros.
A mulher se ajeita daqui e dali, mete
200 ml de silicone nos peitos, enfia o botox nas rugas, faz a dieta da
sopa, substitui o jantar pelo shake da Luciana Gimenez, faz uma
lipoaspiração na barriga e, de um jeito ou de outro, ela se resolve. Mas
um cara de pseudo-pênis… Ah! Não tem célula tronco nem qualquer outra
evolução genética ou tecnológica ou científica que possa ajudá-lo nesta
vida. Também não tem como recorrer à magia, nem prometendo amarração
definitiva. O que parece um problema pequeno se revela uma tragédia
astronômica.
Quanto às mulheres que falam que tamanho
não é documento, desconfie. Qualquer mulher, quando vai transar pela
primeira vez com um cara, tem um estoque de sacanagem guardado na
imaginação. O que a gente espera é um vulcão em plena atividade.
Imaginamos que dali alguns minutos nos sentiremos a meio metro do chão. E
quando chega o momento e nossos olhos de rapina filmam seu pseudo-pênis
em modus operandi, vem a surpresa.
É um colapso tântrico ao contrário! É o
assassinato do tesão, pior que ver Faustão sem cueca e com e com aquelas
camisas esquisitas. Não dá pra fazer graça dessa tragédia, e, por mais
atriz que seja a mulher, ela não vai conseguir representar que está ou
vai ficar tudo bem, nem com um sorrisinho de canto de boca. Se ela
conseguir, é digna de sucesso em Hollywood. Por favor, me passe o
currículo dela que vou usar de todas as minhas forças para que chegue às
mãos firmes de Tarantino, David Fincher, Peter Jackson.
Ao dar de cara com aquilo, aliás, com a
falta daquilo, sentimos um arrepio na espinha e uma vontade de sair
correndo como os participantes da maratona de Chicago. Não tem como
verbalizar a sensação, não tem como poetizar, sinto muito. Não somos
psicólogas ao seu dispor num consultório sentimental. É nesse momento
que o encanto usa aquela vala comprada no cemitério do Morumbi pelo
nosso tataravô.
O seu conflito deixa de ser íntimo e
dirige a 100 km/h aos ouvidos das nossas amigas, porque desculpa, mas
alguém precisa nos consolar. Chamamos isso de confidências sociais. Não,
não se iluda: além de tudo a gente conta. Massacramos sua autoestima
como um serial killer. Mulheres não perdoam pseudo-pênis. Elas se sentem
agredidas pela sorte, pelo destino. Enquanto isso, a sua maior
pretensão é ter comprado uma sunga branca para ir à praia. Que dó! A
fantasia desconhece a realidade.
E a realidade é implacável: se a
genética não foi lá muito complacente contigo, você vai ter que rebolar,
meu caro. Literalmente. Porque quando você rebola durante a penetração,
consegue estimular as paredes do canal vaginal para compensar a falta
de espessura. Vai ter que abraçar seus inimigos – os tão temidos
vibradores – e fazer deles seus grandes aliados. Vai ter que treinar
muita datilografia pra ter dedos satisfatórios. Vai ter que comer
Danoninho sem colher, pra praticar novos movimentos, pressão e força com
a língua. Vai, acima de tudo, ter que entender que o único antídoto
contra a falta de centímetros é uma combinação entre a boa dedicação e a
velha atitude.
Fonte:Casal Sem vergonha
Fonte:Casal Sem vergonha
Olá,venho da Agenda dos Blogs,te fazer uma visita,já estou te seguindo,bjs até mais....
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