Onde existe uma estrela de Hollywood há sempre uma dieta (muitas
vezes louca) envolvida. Pense na quinoa macrobiótica de Gwyneth Paltrow.
Ou então no queijo cottage com creme de leite que Elizabeth Taylor
costumava comer. Quem sabe até os ovos batidos com leite morno de
Marilyn Monroe. Greta Garbo, por exemplo, adorava pães de aipo e
toranja. A par de todas essas excentricidades, a jornalista e escritora
Rebecca Harrington resolveu testar todas essas dietas para o seu novo
livro "I'll Have What She's Having" ("Eu vou comer o que elas estão
comendo", em tradução livre, editora Virago).
"Foi como estar escrevendo 'Confissões de um comedor de ópio' (livro
do escritor inglês Thomas de Quincey)", disse ela, dias depois de
terminar a dieta de Taylor Swift, que consiste basicamente em café com
leite e abóbora e especiarias. "O tempo todo o de Quincey dizia que
estava comendo ópio e detestando, mas no fundo você percebe que ele
estava gostando. Eu estava também realmente me divertindo de uma forma
distorcida".
Erupções faciais, desmaios e tremores estão todos listados como
resultado do "tal divertimento" masoquista de Harrington, que explica
como veio a ideia de comer como uma famosa:
"Há dois anos, alguém me mandou um artigo da internet sobre William
Howard Taft (1857-1930), o presidente mais gordo dos Estados Unidos (ele
exerceu o cargo de 1909 a 1913). No texto tinha a dieta dele a partir
de 1905 e era totalmente nojenta: peixe cozido, carne de carneiro e
biscoitos, tudo no lanche. Mas aí eu pensei que poderia ser engraçado
testar, e meus amigos sugeriram que eu deveria focar em celebridades nas
quais as pessoas são interessadas. A primeira que fiz foi da Elizabeth
Taylor."
Usando como guia o livro de dieta da atriz, lançado em 1987 e
esgotado atualmente, Rebecca Harrington ficou comendo, por quinze dias,
receitas aprovadas pela atriz, como bife com manteiga de amendoim e
torrada e peixe-espada com suco de limão todas as manhãs (que a
escritora classifica como "sapato velho com gosto de limão"). Mas tudo
isso parecia maravilhoso se comparado com os aipos de Greta Garbo.
"No cozimento, eles cheiravam como um corpo em decomposição e tinham
gosto de vômito cozido. Eu não sabia o que fazer com aquilo, então
deixei no forno por sete dias. Eu morava num apartamento minúsculo na
época e não havia lugar para esconder o prato", conta Rebecca.
Mas nem tudo foi ânsia de vômito. A dieta de Sophia Loren, que a
levou a dizer a famosa frase 'tudo que você vê, eu devo ao espaguete' e a
dois livros de receita', levou a jornalista a comer macarrão todos os
dias.
"Foi o mais difícil, porque as porções que Sophia comia eram muito
pequenas, e é terrível quando as melhores coisas vêm em quantidades tão
pequenas", confessa.
Então, alguma dessas dietas eram remotamente agradáveis?
"O melhor foi quando eu fiz os tacos de peixe de Gwyneth Paltrow.
Eles são deliciosos, mas têm muitos ingredientes caros. Se eu fosse
milionária, seria a melhor dieta do mundo, assim como as batatas cozidas
com caviar de Jackie Kennedy".
Testar todas essas dietas fez com que Rebecca tivesse mais compaixão por celebridades.
"Eu sinto pena de todas as mulheres cuja dieta eu testei. Ter que
seguir esses tipos de dieta porque há pessoas te examinando o tempo todo
é muito triste", diz ela. "E a gente pensa que, se comermos como elas,
vamos acabar nos tornando iguais".
Apesar de todas as críticas de Rebecca ao culto das dietas malucas, houve uma delas que a fez perder peso.
"Eu perdi muitos quilos com a dieta da sopa de Dolly Parton (cantora
country americana). Mas eu também perdi algo mais importante - a
capacidade de estar na minha cozinha por qualquer período de tempo sem
ficar com cheiro de repolho."
Fonte: Ormnews.com.br